Fala prevencionista,
Uma dúvida muito comum entre os colegas
prevencionistas é saber quais EPIs (Equipamento de Proteção Individual) devem
ser indicados para determinada atividade.
Muita gente me pergunta sobre isso e com
esse artigo espero levar as pessoas a refletirem mais sobre esse assunto.
É um assunto complexo e importante para
todo profissional de segurança trabalho.
Como
indicar o EPI adequado para a atividade
Sem mais enrolação digo que sem conhecer
atividade do trabalhador de forma presencial indicar o EPI é dar um tiro no
escuro!
Fico vendo os debates nos grupos do
Facebook e lá tem maluco que arrisca a dar esse tipo de resposta de bate
pronto! Sem conhecer a atividade de forma presencial.
Porque não devo determinar o EPI
sem conhecer a atividade?
Fato é que toda atividade por simples que
possa parecer tem suas particularidades. Vamos para um exemplo…
Um trabalhador que trabalha em uma
transportadora grosso modo a gente tende a pensar que o EPI obrigatório seria
botina de segurança e talvez uma cinta lombar. Só que como eu já disse, é mais
complexo do que parece.
Em uma transportadora pode haver necessidade
de vários tipos de EPIs. Até pode ser apenas a botina de segurança e talvez a
cinta lombar. Porém, se o trabalhador for trabalhar com carga de produto
químico dependendo da fragilidade do recipiente pode ser indicado utilizar
também respirador facial (que vai depender do tipo do produto), luva de PVC
cano longo e talvez avental… Se esse mesmo trabalhador labora em uma
transportadora que transporta cargas geladas/refrigeradas, vai precisar também
de proteção contra o frio.
Repare que quando não
tendo um desenho perfeito da atividade tudo acaba ficando no campo da suposição?
Isso para segurança do trabalho é algo terrível!
Trabalhar em cima da suposição faz com que
o trabalhador fique “supostamente seguro”, ou seja, sem a precisão necessária.
Que tal mais um exemplo?
Se te perguntar quais são os EPIs indicados
para o servente de pedreiro o que você me diria?
Nós temos a tendência de pensar que o
trabalhador servente de pedreiro (ou ajudante) vai utilizar como EPI botina de
segurança e capacete, talvez também luva de raspa…
E se esse servente durante a sua jornada
laboral for subir no balancim? Opa. Aí já mudou de figura!
E se esse servente for trabalhar perto da
serra circular? Nesse caso pode ser necessário o uso de protetor auditivo. E se
esse ajudante em algum momento for ajudar o pintor? Nesse caso pode ser
necessário o uso de respirador. Novamente aqui ficou claro não é?
Sem um desenho realista da atividade não é
possível determinar os EPIs (Equipamentos de Proteção Individuais) necessários
com precisão.
O mínimo a observar para indicar
o EPI
Durante uma avaliação de risco para indicar
os EPIs necessários preciso conhecer o ambiente de trabalho pessoalmente. É
interessante também:
– Fazer uma avaliação de risco detalhada da
atividade (por escrito).
– Observar a Ordem de Serviço emitida para a
atividade.
– Observar Análise Preliminar de Risco ou
Análise Preliminar de Tarefa (são a mesma coisa).
– Observar o Mapa de Risco da empresa (se
houver).
Esse passo então é fundamental porque
dentro do PPRA possivelmente teremos avaliações quantitativas (se os riscos
forem possíveis de serem quantificados). Uma vez com a avaliação quantitativa
em mãos temos muito mais chances de acertar no EPI adequado aos riscos da
atividade.
– Observar o PCMSO (Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional) da empresa.
– Observar as queixas dos Trabalhadores.
Muita gente ignora esse passo! Ele é fundamental porque ninguém entende mais os
riscos da atividade do que o trabalhador. Na maioria das vezes ele não fala
porque não é perguntado.
Fazendo assim você terá muito mais chance
de acertar no EPI adequado ao risco da atividade.
Você não vai correr o risco de utilizar uma
bazuca para matar um mosquito! Ou seja, não precisará indicar um EPI
superdimensionado para um risco pequeno.
É comum, por exemplo, quando não fazemos
avaliações precisas indicarmos o uso de respirador mais exigente do que a
própria atividade do trabalhador.
Precisamos lembrar aqui que quanto mais
filtrante for o respirador menos oxigênio vai passar por ele, ou seja, mais
força meu trabalhador terá que fazer para respirar. Mais desconfortável ele
ficará…
Por isso não devemos ir imediatamente para
o respirador mais exigente, a menos que tenhamos certeza de que é necessário.
Devemos indicar o respirador somente no nível necessário para controlar a
exposição do meu trabalhador ao agente de risco.
Fonte:
http://segurancadotrabalhonwn.com/como-indicar-o-epi-adequado-para-atividade/