terça-feira, 28 de junho de 2011

Maior Acidente de Trabalho do Mundo

UM DIA QUE NÃO DEVE SER ESQUECIDO: 3 DE DEZEMBRO DE 1984

Todos nós que vivemos “antenados” em tecnologia frequentemente nos esquecemos de que às vezes o progresso e a tecnologia podem trazer grandes desgraças; um exemplo disso é o grande desastre que aconteceu em Bhopal, na Índia, em 1984.
Em 3 de dezembro daquele ano, gás venenoso vazou das instalações de uma fábrica de pesticidas da Union Carbide, matando milhares de pessoas, em um desastre frequentemente descrito como o pior acidente industrial da história.
A Union Carbide escolheu Bhopal, uma cidade de 900 mil habitantes para instalar sua fábrica em função de suas ligações com o vasto sistema ferroviário do país.
A unidade começou a operar em 1969, produzindo entre outros componentes de pesticidas, o MIC – metilisocianato.
Na noite de 2 de dezembro água começou a se infiltrar em um tanque de armazenamento de MIC – isso provocou a formação de gás que começou a vazar para a atmosfera, porém o alarme somente foi dado cerca de duas horas depois, por volta de meia noite, quando pessoas começaram a sentir os efeitos do envenenamento pelo gás. Houve pânico, e pessoas começaram a morrer imediatamente, não só envenenadas, mas também pisoteadas por outras que tentavam fugir.
Nunca se soube o número exato de vítimas; a Union Carbide falava em 3.800 mortos, mas a prefeitura da cidade dizia terem sido recolhidos 15.000 corpos, além das 50.000 pessoas que ficaram inválidas ou desenvolveram doenças crônicas por terem aspirado o gás.
Independentemente dos números, todos os indícios apontavam como culpados a Union Carbide e o governo indiano, seu sócio na fábrica, principalmente por negligência, pois apesar da extrema volatilidade e toxicidade dos produtos químicos em uso na fábrica, não estavam previstas medidas de segurança ou prevenção, que haviam sido deixadas de lado como forma de economia.
Trabalhadores que apontaram problemas foram demitidos, alarmes estavam desligados há anos, os tanques de armazenagem estavam sobrecarregados, a manutenção preventiva negligenciada, enfim, um desastre anunciado, causado pelo desleixo e pela ganância.
A Union Carbide, considerada a principal responsável, pagou indenizações estimadas em 15% dos prejuízos (seguros de vida, tratamentos de saúde, etc.). Seu principal executivo, Warren Anderson, foi acusado por homicídio pela justiça indiana, porém simplesmente desapareceu – o governo americano não demonstrou nenhuma disposição em entrega-lo à justiça. Investigadores do Greenpeace, que têm mantido um interesse ativo no caso, encontraram Anderson, em 2002, vivendo confortavelmente numa região elegante dos Estados Unidos.
A Union Carbide foi adquirida pela Dow Corporation em 2001; esta recusou-se a assumir qualquer responsabilidade pela tragédia, argumentando que a dívida já havia sido paga através de vários acordos extrajudiciais.
As vítimas sobreviventes continuam a lutar com problemas de saúde: dificuldades respiratórias crônicas, problemas de visão, aumento da incidência de câncer e defeitos congênitos. O meio ambiente permanece contaminado.
O que se espera é que a tragédia nos sirva como alerta, no sentido de que cuidados com a segurança são sempre necessários e não devem ser deixados de lado por questões financeiras. Deus punirá os culpados.

Fonte: Tecnologia na vida diária-Prof. Vivaldo José Breternitz http://www.idadecerta.com.br/blog/?p=8774


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